Há muito tempo que pondero escrever este post, mas depois da praxe de hoje, resolvi escreve-lo.
Acho que a praxe não deve ser uma imposição e para tal existe uma declaração anti-praxe e respeito quem não goste destas “brincadeiras”, mas não entendo porque há pessoas que não gostam das praxes, dizem mal das praxes e depois querem trajar e até praxar. Se não gostam porque é que querem tanto o traje?
Ainda se as nossas praxes fossem como em outras faculdade em que os caloiros andam a rebolar em estrume, enchem até cair para o lado, são baptizados com águas com mistura de cerveja, “xixi” e outras coisas afins… mas não, as nossas praxes não passam de brincadeiras divertidas e não sei como é possível dizer mal delas:
Ohh não! Uma rata amarela, fogo são mesmo más! (Estou a ser irónica) não sei qual é o problema das nossas praxes? E as nossas doutoras sempre preocupadas se estamos bem! Se calhar se fossem outras não se preocupavam. Ou talvez se fossem mais duras gostassem mais e veriam o que é praxes à séria.
Quando tinha 4 a 5 anos vi uma pessoa trajada e perguntei a minha mãe porque é que tinha aquela roupa vestida. Então ela respondeu-me que era uma roupa que se vestia na universidade e que só a poderia vestir se algum dia entrasse numa. Ao que eu respondi a minha mãe, um dia ainda vou vestir aquela roupa. E esse dia está agora muito perto e, cada vez a ansiedade é maior.
Quando entrei na ESELx o primeiro dia de praxe foi um choque, pois nesse dia fizemos muito esforço físico e com medo de ser posta à parte não falei sobre o meu problema de saúde. Quando cheguei a casa estava mesmo muito mal, febre, sangue do nariz, etc, as habituais consequências do meu problema e, senti-me muito infeliz, pois queria ser igual a todas as minhas colegas, ser praxada, trajar e poder praxar.
A minha mãe não me queria deixar ir as praxes nos dias seguintes, mas quando eu quero muito uma coisa, não há quem me demova.
E lá fui e após ter falado do meu problema às doutoras elas compreenderam e a partir daí fiz tudo até ao meu limite e por vezes até ultrapasso o limite, mas eu adoro mesmo a praxe!
Eu penso que o traje não é um bem adquirido, mas sim merecido! Vou ter muito orgulho quando poder trajar, pois acho que mereço vestir e honrar o traje académico. Quando fui comprar o traje chorei e perguntam vocês porque é que chorei? Só quem veste o traje e sente orgulho nele tem esse sentimento e ainda não o vesti oficialmente, quando o vestir lá vou chorar novamente como uma Madalena arrependida.